Homeopatia de resultados no controle de infestação de parasitas em bovinos

Girolando | 17 de setembro de 2014

Recentemente, o controle da infestação de parasitas em bovinos x resíduos químicos, tem sido tema bastante debatido, tendo em vista que o mercado está ávido por sistemas de produção rentáveis, onde a qualidade final dos alimentos derivados seja segura ao homem. Em meio à diversidade de produtos para o controle de parasitas como, vermes, carrapatos, moscas e bernes, muitos produtores têm optado pela Homeopatia Veterinária como ferramenta de auxilio no controle destes desafios, levando em conta a vantagem da ausência de resíduos químicos na carne e no leite. A médica-veterinária e promotora técnica da Real H Nutrição e Saúde Animal, Denise Zamboni Telles fala sobre este assunto. Há mais de 10 anos ela acompanha casos de sucesso com o uso da Homeopatia no tratamento de rebanhos.

Como age a Homeopatia no combate aos parasitas e de quanto em quanto tempo o rebanho deve receber o tratamento homeopático?

Carrapatos: ao “parasitarem” animais de sangue quente, os carrapatos desenvolveram uma série de mecanismos, no sentido de “burlar o sistema inato de defesa dos hospedeiros”. A ação do medicamento homeopático, no caso dos carrapatos, ocorre pelo estímulo das defesas do hospedeiro e aparentemente, não parece interferir de modo direto na fertilidade dos carrapatos, mas age interferindo em sua alimentação e desenvolvimento. Desta forma, ocorrerá oviposição com eclosão, porém ao longo do tempo, cada vez em números mais reduzido. Os estímulos energéticos do medicamento homeopático agem aparentemente sobre as terminações nervosas da mucosa bucal, trato digestivo e pele, desencadeiam uma sequência de impulsos nervosos em cadeia, por via reflexa, ao Sistema Nervoso Central e deste até as terminações nervosas em nível da pele. Estes estímulos atuam como ‘‘ordens’’ para incitar os mecanismos locais das defesas.

Moscas em Geral: entre os principais parasitas dos animais, as moscas hematófagas, como por exemplo, a Stomoxys calcitrans (mosca dos estábulos) e a Haematobia irritans (mosca dos chifres) são os parasitas que têm um menor tempo de contato com o hospedeiro e apresentam através da revoada grande liberdade de deslocamentos. Estas características especiais às tornam mais difíceis de combater, tanto alopaticamente como homeopaticamente. O sistema imune, sob ação bio-estimulatória do medicamento homeopático fica constantemente alerta, apesar do pouco tempo de ação (rapidez da picada do inseto).

Vermes Gastrointestinais, Bernes, Miíases: o uso do produto deve ser feito sempre como auxiliar do controle natural dos vermes gastrointestinais (hematófagos) e das larvas parasitas das moscas Dermatobia hominis (bernes) e Cocliomynia hominivorax (miíases ou bicheiras). Sua ação é facilmente observada na prática devido a estes parasitas se instalarem, durante seu ciclo, em contato íntimo com o tecido dos animais o que facilita a ação do sistema de defesa do hospedeiro. Desta maneira a resposta do sistema imunológico do hospedeiro frente ao estímulo induzido pelo produto é facilitada em face à “via de acesso” ser mais direta e mais eficiente. Este melhor acesso e o tempo de permanência no hospedeiro criam uma oportunidade para que o organismo animal possa mais eficientemente repelir (via sistema de defesas) estas formas larvais, reduzindo a infestação como um todo. De forma idêntica ao que ocorre com os carrapatos, o sistema de defesa destes parasitas é especialista em ‘‘burlar’’ esta vigilância imunológica do animal.

 O tempo de fornecimento do produto ao rebanho de forma constante permite obter uma situação de equilíbrio entre a população de parasitas na propriedade. Com fornecimento diário via alimentação, sem interrupções. Em decorrência disto também se obtém redução no uso de produtos químicos convencionais, promovendo-se gradualmente um ajuste ecológico e uma diminuição da resistência dos parasitas em geral às drogas, melhorando sua eficácia quando se tornar necessário seu uso. 

Há diferenças nas ações para controle de infestação nos rebanhos de corte e leite?

Sim. O rebanho leiteiro apresenta um maior nível de estresse por conta do manejo excessivo e diário a que estas categorias estão sendo direcionadas. Com isso o sistema de defesas (imunológico) estará em constante “desequilíbrio”, fazendo com que o organismo animal esteja desprotegido e seja alvo diário dos agentes agressores (bactérias, vírus, parasitas, etc.). Para isso as dosagens indicadas para rebanhos leiteiros se tornam maiores devido ao grande desafio.

Outro ponto avaliado quando se identifica o rebanho a se utilizar a Homeopatia são as raças envolvidas, linhagens europeias são mais predisponentes a altas infestações do que linhagens zebuínas. Exigindo assim maiores cuidados no manejo diário.

É possível utilizar a Homeopatia como auxilio no controle dos parasitas sem a necessidade de período de carência para o abate ou descarte de leite?

Sim. Utilizando os medicamentos homeopáticos diariamente ao rebanho de corte e leite.

Os medicamentos homeopáticos não deixam resíduos, não causam resistência e não intoxicam o rebanho ou as pessoas que os estão manipulando. Isso se explica através dos mecanismos de fabricação dos medicamentos homeopáticos, seguindo a Farmacopéia Homeopática. Os processos de Dinamização e Diluição.

O processo de dinamização, como referido antes, consiste em imprimir intensas e repetidas sucussões (dinamizações) nos frascos com as soluções diluídas, este movimento gera alterações diferenciadas na solução hidro alcoólica. As dinamizações produzem nos medicamentos diluídos o surgimento de determinada quantidade de energia de natureza eletromagnética com características peculiares e exclusivas para cada produto. Como as diversas dinamizações dos medicamentos homeopáticos são utilizadas em diluições extremas que ultrapassam o No de Avogadro, ao serem realizadas análises laboratoriais dos medicamentos não é encontrada nenhuma parcela da substância ponderal original.

Esta particularidade do método homeopático permite duas considerações importantes para a compreensão prática de seu uso em Veterinária:

Ausência da Matéria Ponderal no medicamento: Nas análises somente podem ser constatados o diluente (etanol e água) e o veículo carbonato de cálcio. Esta realidade permite explicar a ausência de “resistência” dos agentes infecciosos e parasitários aos produtos, o que viabiliza seu uso contínuo.

Ausência de Tempo de Carência: Por inexistirem moléculas no produto, não há possibilidade dos medicamentos deixarem resíduos na carne, leite, ovos e outros subprodutos, possibilitando seu uso permanente, sem restrições até o dia do abate, ordenha etc.

Quais os principais prejuízos causados pelos parasitas?

Estresse intenso; Perda de peso; Redução da produção de leite; Lesões no couro e Transmissão de doenças como a Tristeza Parasitária Bovina, que pode levar a morte.

Como o pecuarista deve agir em casos de altos índices de infestação?

Inicialmente como uma anamenese na propriedade, avalia-se o rebanho, ambiente e produtos convencionais utilizados, segue-se em casos de altos desafios com a indicação de utilização de produtos convencionais estrategicamente, ou seja, apenas nos animais altamente infestados. Esta prática se torna satisfatória com o auxilio do Biocarrapaticidograma, um teste laboratorial que avalia a sensibilidade/resistência dos parasitas aos diversos princípios químicos utilizados, com isso se ressalta a molécula ideal para cada propriedade. Nesta mesma fase já se inicia com os protocolos homeopáticos fornecidos diretamente na alimentação do rebanho. Avaliação periódica pela equipe responsável.

Quais medidas de manejo associadas à Homeopatia Veterinária também são recomendadas para o controle de parasitas?

A escolha de raças mais resistentes aos parasitismos tem se tornado uma prática importante nas regiões do Brasil. Selecionando e excluindo animais considerados de “sangue doce”.

Definir corretamente o tipo de alimentação de cada categoria animal, com áreas de cocho adequadas e bebedouros disponíveis a cada categoria.

Implantação do sistema rotacionado de pastagens. Facilita o controle estratégico.

Reduzir o estresse do rebanho, adotando técnicas de manejos racionais. Esta prática mantem constante o sistema de defesas do organismo animal.

Controle intenso e estratégico em épocas de maior desafio, como a época das aguas. Iniciando na seca para evitar altos desafios e dificuldades de resultados positivos. Isso se aplica com o fornecimento continuo e ininterrupto dos medicamentos homeopáticos o ano inteiro a todos os animais da propriedade.

Avaliações periódicas: avalie a situação dos animais. Nos casos de grande incidência do problema – crises – como de carrapateamento excessivo, por exemplo, adote medidas complementares e tratamentos convencionais, fazendo-os somente nos animais mais acometidos.

Acompanhamento de técnico capacitado de Empresas sérias do setor que se preocupam com o desafio dos produtores e disponibilizam produtos de qualidade para o rebanho. Garantindo segurança e resultados satisfatórios as atividades pecuárias. 

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