Confinamento em Mato Grosso deve crescer apenas 2,1% esse ano, diz IMEA
Confinamento | 23 de maio de 2013Ao longo do mês de abril de 2013 foi realizado pelo Instituto o primeiro levantamento da intenção de confinamento no estado de Mato Grosso. A pesquisa entrevistou mais de 181 pessoas, entre técnicos, gerentes e proprietários de uma base de 215 unidades de confinamento. As expectativas para esse ano estão mais conservadoras quando comparadas ao mesmo levantamento de intenção do ano passado, isso porque em abril de 2012, eram esperados 929,9 mil animais confinados, e este ano a expectativa é de 809,5 mil cabeças, uma redução de 12,9% em relação a intenção de abril de 2012. Porém, uma alta de 2,1% na comparação com o que foi efetivamente terminado em confinamentos no ano passado (792,7 mil cabeças).
O Superintendente da Acrimat Luciano Vacari, em nota, explicou que a decisão de confinar envolve fatores além do preço da ração, ou dos grãos, que é a principal matéria-prima. Apesar do preço do milho estar em queda, não é só isso que pesa na hora de decidir confinar. Segundo Vacari, o principal fator decisivo é o mercado, o preço da arroba tem que compensar o investimento do confinamento.
A euforia em virtude da redução no preço do milho deve ser reduzida porque o insumo também é a principal fonte das aves e, por isso, a demanda interna poderá fazer com que os valores voltem a subir. Vacari afirma que o frango é concorrente do boi tanto com relação à ração, quanto nas prateleiras dos supermercados. Frango mais barato implica na redução do consumo da carne bovina, então por mais que os preços do grão estejam em queda, eles podem oscilar devido a demanda da ave.
Dentre as regiões do Imea, o centro-sul do estado se destacou pela evolução de 24,8% na intenção de “fechar” bois, chegando a 96.205 cabeças em abril de 2013. As regiões médio-norte e sudeste devem apresentar evolução no rebanho total confinado, 4,8% e 1,7%, respectivamente. As demais regiões apresentam uma intenção de confinar menos bovinos, com a maior queda prevista para a região noroeste, 16,7%.
No entanto, a região apresenta, historicamente, um rebanho confinado menor, não sendo uma queda impactante no total do Estado. Por outro lado, a região nordeste de Mato Grosso apresenta o quarto maior rebanho confinado, e deve apresentar a queda mais significativa do número de bovinos confinados. As regiões norte e oeste devem reduzir 14,6% e 0,5% o seu rebanho de bois engordados no cocho, atingindo assim o número de 9.500 e 179.643 cabeças em 2013.
O cenário atual para o confinamento é semelhante ao verificado o ano passado, quando em abril, os preços de milho e o boi gordo futuro na bolsa apontavam para um cenário favorável ao confinador. No entanto, tal cenário de custos com alimentação mais barata não foi concretizada, culminando com a redução dos animais confinados. Deste modo, os pecuaristas estão mais conservadores nessa temporada, e de fato esperando um cenário mais concreto com relação, principalmente, a custos com a alimentação dos bovinos.
Durante a pesquisa foi atualizada a capacidade estática dos confinamentos do estado, detectando um aumento do investimento na infraestrutura da atividade e uma diminuição da utilização da capacidade já instalada. A capacidade estática instalada em Mato Grosso passou de 850,4 mil cabeças para 874,7 mil, aumento de 2,85%.
Ao contrário do verificado em 2012, quando houve maior expansão do rebanho confinado que o investimento em infraestrutura, este ano tanto a expansão em rebanho e em infraestrutura “empataram”, ocasionando uma estabilidade no giro médio do Estado em 0,93.
As expectativas são de que para este ano o giro de bovinos confinados no estado fique abaixo da capacidade estática, sendo, portanto, o segundo ano consecutivo que isso ocorre (Tabela 1).
Analisando as regiões do Instituto, nota-se que somente três, das sete, vão apresentar mais de um giro de bovinos engordados no cocho. São elas, o médio-norte, oeste e sudeste, cada um com um giro de 1,21; 1,03 e 1,08.
Outra constatação do levantamento da intenção de confinamento é que a maior parte dos bovinos confinados no estado será entregue no mês de outubro (20%), seguido pelo mês de setembro (17%) e novembro (16%). Este cenário é diferente ao registrado em 2012, ano em que novembro concentrou a maior parte dos bovinos confinados entregues, seguido por outubro e depois setembro.
Além disso, percebe-se que as ferramentas para diminuição do risco de oscilação de preços estão sendo pouco utilizadas em Mato Grosso. Das 809.566 cabeças que serão “fechadas” em 2013, apenas 3% estão “travadas” na bolsa e outros 3% estão com contratos a termo fechados com os frigoríficos (Tabela 3). Estes percentuais estão bem abaixo aos registrados na temporada passada de confinamento, quando o número de bovinos “travados” na bolsa era de 8,94% e os negociados a termo com a indústria era de 10,82%.
Fonte: IMEA, corrigida por Assessoria Imprensa Real H
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