Confinamento deve crescer em torno de 13% em 2014

Confinamento | 3 de novembro de 2014
Engordar gado no cocho tem se tornado sinônimo de aumento de produtividade, adoção de tecnologia, controle e otimização do uso de pasto nas propriedades. Em 2014, o confinamento deve crescer em torno de 13% no Brasil, segundo prevê a Scot Consultoria. A atividade é responsável pela destinação de 10% dos animais que segue para abate no país. Em Mato Grosso, estado com maior rebanho bovino (28,7 milhões de cabeças), a previsão é de que o número de animais confinados tenha crescimento de 2,60% este ano.
De acordo com levantamento do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), devem ser confinadas em torno de 745 mil bovinos nos ciclos de 2014. A capacidade estática dos confinamentos do estado permanece em 883.430 cabeças. A raça Nelore é a mais confinada em Mato Grosso, respondendo por 74,80% do gado engordado a cocho. A segunda colocação fica para o Angus (Aberdeen e Red Angus) com 12,81%, na sequencia aparecem o Cruzamento Industrial (5,36%) e o gado Cruzado (2,54%). Outras raças representam 4,02%.
Empresário do ramo há 15 anos, Eusébio Zonta, explica porque o Nelore ocupa mais espaço do que as outras raças.
“O Nelore ainda é predominante nos confinamento em Mato Grosso porque, além de ser a raça mais criada no estado, e por isso a sua disponibilidade no mercado é maior, o valor de compra do animal magro também é inferior ao valor de compra de um bovino de cruzamento industrial, isso faz com que seu custo benefício, na maioria das situações, se torne mais atraente. Confino em área aberta e coberta, em ambas, esse bovino mantém o mesmo desempenho de ganho de peso e é mais resistente principalmente ao calor, o que já não acontece com raças de origem europeia, que já sente bem mais as consequências da exposição ao sol, o que pode comprometer seu avanço dentro do confinamento”, declarou Zonta.
Mato Grosso conta com cerca de 206 confinamentos. O levantamento do IMEA aponta ainda que houve elevação na intenção de se confinar bovinos no estado. Segundo análise do Instituto acredita-se que a queda nas cotações do milho de segunda safra tenha estimulado a entrada de mais atores no mercado.
Com confinamento em Sinop, região norte do estado, com capacidade estática para 4 mil animais, Zonta pontua que os custos se dividem, aproximadamente, em 67% para compra do boi, 20% com alimentação, 1% operacional, 1% frete e 1% para taxas e impostos. A margem de lucro fica em torno de 10%.
“Essas porcentagens são variáveis e calculadas sobre o valor de venda. Quando atingem o ponto para abate, os animais são comercializados com diversos frigoríficos, dependendo da melhor oportunidade ou de cada categoria específica [boi, vaca, novilha precoce, entre outras]”, destacou o empresário.
A maior parte dos animais confinados é entregue nos últimos meses do ano. O IMEA estima que em torno de 64% dos bovinos saiam dos confinamentos no último trimestre de 2014. Segundo a Scot Consultoria, a atividade caminha para ser a solução de terminação para padronização do gado e dos cortes de carne, tornando o Brasil ainda mais competitivo no mercado externo e também melhorando a qualidade no mercado interno.
“O Brasil conta com confinamentos grandes e modernos como os que existem em países nos quais a tecnologia no setor é mais avançada. Atualmente também exportamos tecnologia nessa área e com relação à pecuária de maneira geral. Temos um padrão elevado, tanto com relação aos animais como em grãos”, observou Zonta.
O empresário trabalha com confinamento de machos e fêmeas oriundos de compras efetuadas pela empresa, em boa parte de animais provenientes de negociações com clientes de nutrição.
“Testamos novos produtos, que quando aprovados, seguem para a linha comercial para atender clientes de nutrição. Os produtos utilizados na alimentação dos animais confinados são selecionados com alto critério técnico e a dieta é formulada de maneira a proporcionar o maior ganho de peso e lucratividade possível”, acrescentou o profissional.
Informações do site Expresso MT

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