Governo de Minas indica confinamento de bovinos para pequenos pecuaristas

Confinamento | 7 de agosto de 2013

Cotação da carne no período de pastagens escassas compensa investimentos do produtor

Iniciada em junho, segue até novembro a entressafra do boi em Minas Gerais, mas a engorda de animais em confinamento neste período de pastagens escassas é um meio eficaz de garantir o abastecimento de carne. Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o sistema deve ser adotado inclusive pelos pequenos produtores, que poderão melhorar a receita da propriedade principalmente com as vendas do segundo semestre.

O coordenador do Minas Carne, Bruno de Barros Ribeiro de Oliveira, explica que o confinamento consiste na manutenção dos animais em instalações próprias, recebendo alimentação exclusivamente nos cochos e tratamento especial. “Até o final do ano, o volume de bovinos confinados nas propriedades mineiras deve alcançar 350 mil animais”, diz, com base em levantamento realizado pela Empresa Brasileira de Extensão Rural de Minas Gerais (Emater/MG), vinculada à Seapa.

O coordenador diz que o produtor pode contar com bons resultados principalmente no segundo semestre. “Um levantamento da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz/Bolsa Brasileira de Mercadorias (Esalq/BM&FBovespa) mostra que a cotação da arroba do boi no acumulado de junho a novembro de 2012 alcançou variação positiva de 5,2%, pois o valor da arroba alcançou R$ 97,5. No período atual, os produtores registraram, já em junho, vendas de boi por R$ 99,01 a arroba, em média.”  Além de garantir o atendimento à demanda dos frigoríficos no período mais crítico das pastagens, o confinamento possibilita a produção de carne de excelente qualidade durante o ano inteiro, assinala Barros.

Quinto do ranking

O trabalho dos extensionistas da Emater para mostrar as vantagens da engorda de bois por meio do confinamento contribui para o aumento das adesões ao sistema, diz o coordenador estadual de Bovinocultura de Corte da Emater, José Alberto de Ávila Pires. O coordenador informa que Minas ocupa atualmente a quinta posição entre os Estados que engordam o boi fechado e respondem por cerca de 3 milhões de cabeças incluídas no sistema. Os primeiros colocados são: Mato Grosso, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Minas Gerais conta com 63 produtores com até 5 mil animais confinados cada um, que respondem pela engorda de 190 mil cabeças. Há também 658 pecuaristas com até mil cabeças em confinamento e o volume total desse grupo é de 146,4 mil animais. “A produção anual de carne do conjunto dos confinadores do Estado é da ordem de 80 mil toneladas, volume que atende ao abastecimento de cerca de 6,7 milhões de pessoas nos quatro meses da entressafra do boi”, principalmente de agosto a novembro, diz José Alberto.

Substituto da estocagem

De acordo com José Alberto, as unidades de confinamento desenvolvidas em Minas têm mostrado grande eficiência na produção contínua de animais para abate, o que possibilita redução da ociosidade da indústria de carnes – frigoríficos e a rede de distribuição (açougues e casas de carne). “Adotado no Brasil a partir de 1986, o sistema substitui a estocagem de carne congelada, que o governo utilizava com o objetivo de atender à demanda na entressafra do boi. Mas diversos produtores mantêm a engorda por confinamento durante o ano inteiro.”

Paulo Roberto do Nascimento iniciou, há cerca de 30 anos (com 40 bois), um projeto de confinamento em Capinópolis, no Triângulo Mineiro. “Atualmente, a propriedade registra um volume permanente de 12,5 mil cabeças, de janeiro a dezembro”, explica o pecuarista.

No período das águas, entre outubro e novembro, a movimentação com os animais cai um pouco, devido às chuvas, acrescenta Nascimento, “mas isso não prejudica o atendimento à demanda porque, na fase de entressafra bovina, a introdução de gado na área do confinamento é alta. O volume de animais encaminhados para abate em 2013, depois de passar pela propriedade, deve alcançar 30 mil cabeças.”

Vale o investimento na aquisição de bois de qualidade, ração e manejo apropriados, porque toda a produção da unidade de confinamento de Paulo Roberto do Nascimento é dirigida a um frigorífico credenciado a exportar para a União Europeia, com direito a um adicional por arroba vendida. O bônus é concedido aos produtores que possuem rastreabilidade creditada pelo Sistema de Identificação e Certificação de Origem Bovina e Bubalina (Sisbov), serviço do Ministério da Agricultura, utilizado para a identificação e o controle do rebanho de bovinos e bubalinos do território nacional, bem como o rastreamento do processo produtivo no âmbito das propriedades rurais.

Agência Minas

Foto: Ivani Cunha/Seapa

Fonte: Revista Safra

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