Rally da Pecuária 2012: oeste de MS precisa investir em tecnologia de pastagens

Confinamento | 26 de setembro de 2012

Tradicional área de criação de gado, o oeste de Mato Grosso do Sul tem como desafio investir em tecnologia para melhorar a qualidade das pastagens, como forma de crescer e equilibrar a oferta de bovinos durante a entressafra, no período da seca, avaliaram pecuaristas de região. A área, que engloba o Pantanal, concentra a cria de bezerros que posteriormente seguem para o sul e leste do Estado para engorda e abate, abastecendo grandes frigoríficos.

Mato Grosso do Sul possui o quarto maior rebanho nacional, com cerca de 21 milhões de cabeças de gado, e sua produção abastece frigoríficos locais e de outros Estados, que buscam animais para abater a fim de atender à demanda interna e mercados externos.

“A expansão de área aqui tem velocidade menor. Para crescer só aumentando a eficiência. O diferencial é melhorar a pastagem”, disse o pecuarista João Carlos Marson, que possui duas propriedades no município de Miranda. Uma está situada em pontos mais elevados, onde ele investe no manejo de pastagens, com correção e adubação de solo para garantir maior oferta de pasto no período entre outubro e abril, quando as áreas do Pantanal costumam alagar. No período mais seco, entre abril a outubro, os animais são levados para a propriedade situada na parte mais baixa, nas áreas de pasto nativo da região pantaneira.

Diferentemente de outras regiões, onde a pecuária acaba cedendo espaço para culturas de alta rentabilidade como a soja, milho e o eucalipto, a área sofre menor pressão dessas commodities por conta das limitações de avanço impostas pelo bioma Pantanal.

Ele observa que, apesar de contar com áreas muito férteis, o regime de chuvas, combinado com o tipo de solo local, dificultam a entrada de máquinas no intervalo das precipitações, diminuindo a janela de plantio e encarecendo o sistema de cultivo. Além disso, estas culturas não estão previstas no zoneamento agrícola que define as condições de plantio por região, o que inviabiliza o acesso a crédito.

Maurício Nogueira, diretor da Bigma Consultoria, que organiza a expedição juntamente com a Agroconsult, observa que investir na linha de reprodução é uma característica local, mas que a região precisa melhorar as pastagens. Ele conta que uma das tecnologias mais usadas na região é a concentração do período de reprodução dos animais através da técnica de inseminação artificial em tempo fixo (IATF). Com isso, os criadores sincronizam e concentram o nascimento de bezerros na mesma época do ano, o que traz melhoria genética e ganhos operacionais pela economia com mão de obra.

O diretor presidente da cooperativa de crédito Sicredi Pantanal, o holandês Thijmen Gijsbertus Beukhof, que está na região há muitos anos, explica que a demanda por recursos para a pecuária na região vem crescendo constantemente, tendo registrado um salto de 40 por cento em 2010 e de quase 30 por cento em 2011.

Para este ano, a estimativa da cooperativa é liberar entre 110 e 120 milhões de reais em recursos, oriundos de linhas de financiamento do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), do Fundo do Centro-Oeste (FCO) e de linhas de custeio para pecuária, previstos no Plano Agrícola e Pecuário. Os recursos, segundo ele, são destinados para a área agrícola, mas também para a compra de gado, melhorias no cocho e propriedades e nas reformas de pastagens.

 

Fonte: Reuters

Revisada por Ass. Imprensa Real H

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