Retenção de Placenta: Cálcio x Selênio

Pecuária de Leite | 24 de outubro de 2017

A retenção de placenta é uma das patologias mais frequentes relacionadas à reprodução em fêmeas bovinas leiteiras. Tecnicamente ocorre quando os anexos fetais não são totalmente eliminados em até 12 horas após o parto.

Suas causas são muito variáveis e dependem de fatores como: condição corporal ao parto, Hipocalcemia (FEBRE DO LEITE) subclínica, aborto ou parto prematuro, partos distócicos e difíceis, que necessitem de auxílio humano, locais contaminados, condições estressantes pré-parto (movimentação, locais inadequados) ou depressão imunológica do animal próximo ao parto.

A Real H, com mais de 30 anos de mercado nos seguimentos Nutrição e Saúde Animal, sempre disponibilizou aos produtores, o REAL H LEITE como suplemento mineral balanceado, para vacas leiteiras em lactação contendo 224g de Cálcio e 73g de Fósforo (Relação Ca/P 3:1) e demais minerais, entre esses há 22,0 mg Selênio (Se). Consumo previsto de 100 a 120 g/vaca/dia dependendo do nível de produção. Assim, este teor de Selênio, prevendo-se um consumo mínimo de 100g/dia do suplemento, atende plenamente a exigência para prevenção de RETENÇÃO DE PLACENTA, conforme Tabela de Exigência da categoria vacas em lactação proposto pelo Comitê NRC 2001.

CENÁRIOS

Muitos dos produtores no campo fornecem o suplemento mineral no cocho de salga, disponível ao rebanho diariamente ou por ingestão forçada, adicionado sobre a dieta (volumoso + ração concentrada) ou então utilizando como núcleo mineral, para sua inclusão na batida da ração concentrada a ser ofertada ao rebanho.

Na batida de ração concentrada (sugestão de formula abaixo) na propriedade, é ofertada na quantia de kg/vaca dia, para a categoria Pré-Parto, a partir de 30 dias antes do parto ou em kg por litros de leite produzido (1 kg / 2 a 3 litros), para a categoria em lactação, conforme a produção e/ou os dias em lactação DEL.

Sugestão de Formulação e Níveis Nutricionais segue abaixo:

Ao avaliar-se a inclusão do Real H Leite e a oferta de ração concentrada, por categoria, é necessário verificar se está de acordo com a indicação mínima de consumo de 100 g/vaca dia do Real H Leite, ou seja: para Vacas em pré-parto, são no mínimo 4 kg/vaca dia de ração concentrada para atendimento de ingestão de suplemento mineral (onde ocorrem as retenções).

O Real H Leite está balanceado para vacas leiteiras em lactação, mesmo quando é utilizado como Núcleo na composição de ração, desde que ajustado seu percentual de inclusão. Entretanto para as categorias Pré-Parto e Pós Parto Imediato (período de TRANSIÇÃO) é importante fornecer fórmulas com REDUÇÃO de Cátions, prevenindo-se a HIPOCALCEMINA mesmo que subclínica, ocorrente em vacas de baixa a alta lactação. Assim, com a finalidade de alcançar melhor resultado zootécnico/financeiro para o produtor, seguem nossas sugestões:

  • Usar Núcleo H Lac Pré-Parto; Núcleo mineral c/ redução de Cátions, proteína verdadeira, Aditivo (Monensina) Biotina e Vit. ADE. Indicado para compor ração de vacas no pré-parto com o mínimo 4 kg/vaca dia. Objetivo: prevenção de Hipocalcemia mesmo que subclínica e Retenção de Placenta, que são patologias correlacionadas* ou manter o Real H Leite, garantindo o consumo mínimo indicado de 100 g/vaca/dia. Para tal, sugere-se inclusão mínima na formulação da ração em 3% e oferta no cocho ad libitum.
  • Incluir Matrimax; Medicamento Linha Saúde de Grandes, indicado para facilitar o parto, reduzindo ocorrência de complicações e distocias nas parturientes, na dose de 30 a 40g/dia nos 30 dias antes do parto, até 7 dias após o parto.
  • Incluir Convert H; medicamento homeopático, indicado para animais irritadiços, desequilibrados nutricionalmente, submetidos a condições estressantes seja regime alimentar convencional ou intensivo, melhorando a resposta do sistema imunológico do animal.

A implementação das indicações acima, ira auxiliar com um problema verificado com frequência, uma grande parcela dos casos de retenção decorre da imuno-depressão que sofre a vaca. Esta alteração imunológica, ligada ao estresse crônico causa redução no numero e na atividade das células de defesa materna.

 

Entre as causas físicas que levam o animal a reter a placenta, está a má transferência de sangue da mãe ao feto, seja fruto de: insuficiente contração uterina (déficit de cálcio – Hipocalcemia); do estresse na maternidade, com movimentações e tráfego de máquinas etc… Impedindo a necessária tranquilidade para que o parto se desencadeie normalmente; e da ansiedade do funcionário em intervir, potencializando o mau esgotamento sanguíneo, pela antecipação, introduzindo germens (metrites) e induzindo a retenção.

O nível de Selênio não é o principal ponto crítico quando se analisa a ocorrência versus o suplemento mineral ofertado, no desencadear da Retenção de Placenta. Sua importância é superestimada. Os fatores citados acima e principalmente a oferta de Cálcio via suplemento mineral com excelente balanceamento de macro e micro minerais, por exemplo, a Relação Ca/P em 3:1, são muito mais importantes na prevenção das retenções. Ainda corroboram com o problema a existência de fatores infecciosos (Brucelose, Leptospirose etc…) que são muito frequentes em rebanhos leiteiros. Uma pesquisa prospectiva deve ser realizada para afastar essa possibilidade.

À disposição

Zootecnista Leonardo Teodoro

Dep. Técnico Real H

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