Alimentação de Bovinos com Casca de Soja
Confinamento | 11 de março de 2013A soja é um dos principais produtos utilizados na alimentação animal e humana. No que tange a nutrição animal, o produto principal é o farelo de soja, que é classificado como principal fonte de proteína para monogástricos, e também muito importante para poligástricos.
Além da proteína, a Casca de Soja, considerada um subproduto na extração do óleo e do Farelo de Soja, contém fibra em sua composição, que também é nutriente essencial para os animais, principalmente os ruminantes, sendo responsável pelos processos de mastigação, motilidade ruminal, manutenção do PH ruminal, consumo de matéria seca, fornecimento de energia, entre outros. A fibra é definida nutricionalmente como a fração do alimento lentamente digestível e fração indigestível, que ocupa espaço no sistema digestivo dos animais.
Outro aspecto é a qualidade e tipo de fibra. Elas são classificadas em Fibra Detergente Neutro (FDN) e Fibra Detergente Ácido (FDA). A FDN é toda fração composta de hemicelulose, celulose e lignina, ainda existindo as características físicas como tamanho e densidade, que influenciam diretamente na fermentação, produção de gordura do leite e mastigação.
A casca de soja é o envoltório do grão do cereal, separado no processo industrial de preparação. É um produto de excelente qualidade e baixo custo, e pode ser uma alternativa frente aos ingredientes tradicionais, reduzindo os custos para a cadeia produtora de proteínas animais. Durante o processo de obtenção da soja é necessário que esta seja tostada para destruir fatores antinutricionais. A cada 100 Kg de farelo de soja “hipro” (alta proteína) produzido, obtém-se 8 kg de casca de soja.
Sobre as características nutricionais da Casca de Soja, sabe-se que ela possui alto teor de FDN (74%) e FDA, porém baixa quantidade de lignina (2%). Segundo o NRC, 1984 (Nutrient Requirements Council), a Casca de Soja contém 2,80 Mcal de Energia Digestível por kg de Matéria Seca (MS), sendo considerada uma fonte de energia. Muitos pesquisadores também a classificam como produto intermediário entre concentrado e volumoso, semelhante ao que ocorre com a polpa cítrica e o resíduo de cervejaria, que desempenha papel fisiológico de fibra vegetal e funciona também como um grão de cereal em termos de conteúdo energético (Tabela 1).
A casca de soja pode chegar a 80% do valor energético do milho, além de proporcionar aos animais um valor de fibra bem superior. Por esses motivos, a casca pode tranquilamente substituir volumosos de alta qualidade, sem interferir significativamente nas concentrações dos ácidos voláteis ruminais como o acetato, bem como o do teor de gordura do leite.
Sua alta palatabilidade, aliada às características nutritivas, confere a este ingrediente facilidade para ser adicionado em dietas de vacas em lactação e bovinos de corte, contribuindo para o controle da acidose ruminal em dietas com altos níveis de concentrados.
Recomendações de inclusão na dieta:
Gado de Corte: até 20%
Gado de Leite: até 8%
Ricardo Martinez
Zootecnista, M.Sc. – Promotor Técnico Nutrição


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