Estado tem maior taxa de desfrute entre principais produtores do país

Confinamento | 26 de fevereiro de 2013

Resultado mostra que produtor sul-mato-grossense está mais eficiente. Uma pesquisa realizada pela Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul) mostra que a atual taxa de desfrute do rebanho bovino no Estado atinge 17,78%, ultrapassando os principais Estados produtores do setor. Esta taxa mede a capacidade do rebanho em gerar excedente, ou seja, representa a produção (em arrobas ou cabeças) em um determinado espaço de tempo em relação ao rebanho inicial. Quanto maior a taxa de desfrute, maior a produção interna do rebanho.

Conforme informações da economista Adriana Mascarenhas, esta taxa de desfrute mostra que o produtor sul-mato-grossense está se tornando cada vez mais eficiente. “Entre os principais Estados produtores (MT, MG e GO), o nosso se destaca como o de maior desfrute, mostrando que estamos com melhor desempenho, abatendo em menos tempo de pasto”. Em 2012, o abate total de bovinos (machos e fêmeas) somou 3,83 milhões de cabeças, enquanto o rebanho de 2011 acumulou 21,55 milhões de unidades. Adriana salienta que apesar do cenário positivo ainda é necessário maior tecnificação do produtor rural. “O produtor precisa ser mais eficiente, produzir mais em menos tempo e em uma área menor”, explica Adriana.

No ano passado, os abates realizados em Mato Grosso do Sul corresponderam a 16,4% do resultado nacional, que chegou a 23,32 milhões de cabeças. O segundo colocado no ranking é Mato Grosso, que apresentou taxa de desfrute de 16,87%, considerando-se o abate de 4,94 milhões de bovinos e um rebanho total de 29,27 milhões de animais. Em seguida vem Goiás, com taxa de desfrute de 8,94%, abates de 1,94 milhão de bovinos e rebanho total de 21,74 milhões de cabeças. Por sua vez, em Minas Gerais a taxa é de 6,52% (abates de 1,56 milhão/cab e rebanho de 21,75 milhões/cab).

Apesar da taxa de desfrute, o volume de abate de fêmeas ainda é preocupante. A apuração feita pela Famasul demonstra que do total abatido no ano passado, 1,79 milhão de cabeças eram fêmeas, o que representa 48% do total. O abate de machos somou 2,04 milhões de unidades. Resultado demonstra um gradativo aumento no descarte de matrizes. Em 2011, os abates de vacas registraram participação de 44% e em 2010 a representatividade era de 37%, o que demonstra um aumento no descarte de matrizes.

Para o produtor rural e presidente da Comissão de Pecuária de Corte da Famasul, José Lemos Monteiro, este abate de matrizes próximo a 50% poderá comprometer a produção futuramente e representa a procura do produtor por outras possibilidades, como o plantio de soja, milho, cana-de-açúcar e silvicultura. “Atualmente, o gado que se alimenta de braquiária bruta traz rentabilidade de R$ 450 por hectare. No mesmo espaço, considerando a produtividade média de 50 sacas da soja por hectare, por exemplo, o agricultor obtém renda média de R$ 2,5 mil/ha”, explica Monteiro. Os dados de abates são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), enquanto as informações do rebanho são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

 

Fonte: Jornal O Estado MS