Valor da arroba segue estável mesmo com cenário negativo

Confinamento | 10 de janeiro de 2013

O mercado de boi gordo vem sustentando preços firmes no início deste ano, a despeito das expectativas negativas em relação a janeiro, mês de alta oferta e baixa demanda, e os embargos internacionais à carne brasileira. As cotações da arroba (quinze quilos) no mercado de referência (São Paulo) subiram de R$ 96 para quase R$ 98 entre dezembro época de consumo farto – e o começo de 2013. Nos últimos dois dias, contudo, essa média deu sinal de arrefecimento, caindo cerca de 1%, de acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Para a instituição, “a pequena queda reflete negócios específicos, pois o mercado está firme de modo geral”.

O Cepea não traça tendências ou estimativas. Já para a consultoria Scot, a atual desvalorização indica um afrouxamento de preços que deve se intensificar ao longo do ano. “A demanda das últimas duas semanas foi boa e enxugou os estoques de carne. Portanto, o ano começou firme”, observa o consultor Hyberville Neto: “Mas a oferta tende a aumentar, e o mercado deve continuar numa tendência de preços mais frouxos.” Com as chuvas de verão, cresce a disponibilidade de pastagens, o que resulta em aumento de rebanhos, segundo o dono da consultoria Bigma, de Casa Branca (SP), Maurício Palma Nogueira. “Os pastos já tiveram algum ganho. A oferta começa a melhorar e, em março, atinge o pico”, ele diz.

Hyberville, da Scot, prevê que, em razão do possível impacto da oferta sobre os preços em 2013, pecuaristas devem ter menor remuneração, enquanto frigoríficos poderão ampliar margens de lucro. E, caso não persistam os embargos à carne brasileira, as exportações tenderão a crescer.

Segundo pesquisadores do Cepea, unidades de abate exportadoras têm demonstrado desinteresse por novas compras, exercendo a pressão “pontual” que a instituição considera como explicação para a recente recuada de preço da arroba. Vale lembrar que dez países impuseram restrições aos embarques do produto bovino do Brasil, alegando prevenção sanitária contra o mal da “vaca louca”. As ações implicam a retenção de oferta no mercado doméstico, a tornar maior a preocupação com os preços.

O presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, havia dito ao DCI que as festas de fim de ano amenizariam as negativas consequências dos embargos o que de fato aconteceu, mas isso seria pontual. “Em janeiro, se mantidos os embargos, já deve haver problema”, previra o representante.

Boi de 2013 foi bezerro caro

“Muito provavelmente”, pondera o Cepea, os animais que hoje ocupam os pastos têm origem no ano de 2010, quando se vivia um “auge da euforia pecuária”. Os bezerros, então, custavam R$ 800, enquanto a arroba da carne bovina era cotada em torno de R$ 115. O bezerro pode ser considerado a matéria-prima da criação de boi gordo. Junto aos insumos, entra no cálculo dos custos de produção. Considerando que um boi de dezesseis arrobas vale aproximadamente R$ 1.550, nas cotações médias atuais, seu custo inicial, em 2010, supera em mais de 50% o retorno, três anos depois.

No mercado atacadista, a demanda por dianteiros está melhor, segundo a Scot, gerando valorização da peça. Os estoques estão em recuperação, mas ainda não voltaram a níveis normais. A carne bovina com osso se sustenta a R$ 97,5 por arroba.

 

Fonte: Jornal DCI, Agronegócio/SP

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