Confinamento: Bem-estar animal x Desempenho. Quais os riscos?
Confinamento | Pecuária de Corte | 14 de janeiro de 2018A pecuária brasileira está cada vez mais moderna na tratativa de elevar os desempenhos de produção, reduzir custos e aumentar receita, principalmente nos cenários de confinamento. Utilizando-se de tecnologias no âmbito do maquinário, capacitação da mão de obra, protocolos sanitários, processamento dos grãos e cereais, dietas elaboradas e desafiadoras, mineralização e aditivos nutricionais como: ionóforos, antibióticos não ionóforos, leveduras, enzimas, óleos funcionais, etc.
Mas como está o conceito de bem-estar animal em sua empresa de produção seja ela em sistema extensivo ou com intensificação de produção?
Este conceito de bem-estar animal, tem que se fazer presente e evolutivo nas propriedades que buscam a eficiência. Principalmente em confinamento, que requer investimento maior para o desempenho. Tanto de produção quanto econômico, lançando mão de tecnologias, mas que, ao mesmo tempo, possui alto risco financeiro.
A definição de bem-estar animal descreve que: é o estado de um organismo em relação às tentativas de se adaptar ao seu ambiente. Ou seja, um animal que apresenta dificuldades em se adaptar ao meio tem elevados custos biológicos. Como exemplo: gasto de energia e queda na imunidade. Devido às tentativas fracassadas de se adaptar e consequentemente, tem seu bem-estar e desempenho comprometido.
Sabendo que o ambiente de confinamento é estressante para os bovinos. Que o investimento financeiro é alto e que, mesmo utilizando-se de tecnologias na busca da eficiência de produção, quais riscos devem ser evitados e quais as estratégias para sermos mais eficiente?
AMBIENTE
A mudança do ambiente pasto para o confinamento causa uma série de alterações na vida dos animais. Como: mudança na dieta, regime alimentar, reagrupamento ou mistura de animais de diferentes lotes, redução do espaço disponível por animal, efeito de dominância e dominado em grandes grupos, exposição aos fatores climáticos e tudo isto leva ao baixo desempenho.
A ideia de formação de lotes, antes da entrada no confinamento, traz como benefícios:
– Acostumarem com a nova dieta e com seus pares de baia. A mudança repentina da dieta gera estresse para o animal e impacto negativo no desempenho. O impacto na flora ruminal, traz risco de acidose subclínica e variações no consumo. Assim, permitir que se acostume com maior contato do homem, com o barulho das máquinas, o sabor e o cheiro do alimento, com o uso do cocho e os horários de fornecimento. Já que não terão a opção de escolha como no sistema a pasto.
– Evitar a dominância, ou seja, interações negativas como brigas, tentativas de monta e cabeçadas. Isso permite que o novo lote defina quem será dominante e dominado e que, após esta definição hierárquica, sejam evitados os conflitos. Pois não haveria competição entre os pares quanto: à água, ao alimento, ao espaço, à área de descanso, entre outros. Como no ambiente de confinamento ocorreria.
ESPAÇO
Após permitir que os animais se familiarizem na área externa e formando lotes menores, já nas baias ou currais, é imprescindível a correta mensuração da área a disponibilizarmos por bovino. Fator considerado importante. Tanto no quesito adaptação ao sistema de confinamento, quanto na influencia do bem-estar animal e eficiência de desempenho produtivo.
Área para espaço físico: quando muito reduzido, limita a expressão do comportamento natural dos animais. Influencia no comportamento negativo, já descrito acima, ou seja, disputa animal por recursos de espaço, acesso à água (bebedouro) e a comida (cocho).
Muito se tem preconizado o espaçamento físico em 12 a 14 m²/animal. Porém reintegramos a preocupação com a chamada receita de bolo, ou seja, sem a devida análise primária como: período de ocupação (seca ou seca e águas), perfil de solo (arenoso, argiloso ou misto), topografia (declive baixo, média ou alta) e manutenção (por período, anual ou bianual).
LAMA
A incorreta mensuração de espaço físico das baias/currais, não considerando os fatores descritos acima e a falta de manutenção destas, pode gerar a presença e acúmulo de lama, principalmente em regiões com elevados índices pluviométricos.
Confinar bovinos com excesso de lama é prejuízo na certa. Na lama, os animais passam mais tempo em pé, reduz o consumo, tem maior gasto de energia, riscos de
ocorrência de doenças, problemas de casco e estresse comportamental, diminuindo o desempenho de ganho e a lucratividade.
Quando falamos em área por animal, não pensamos somente em espaço m²/animal ou evitar a lama dentro da baia, devemos considerar ainda a área de cocho e bebedouro, por animal. Evite cometer este erro, pois comer e beber são o princípio básico no confinamento.
Assim considerar os aspectos como: tipo da dieta, categoria animal e a frequência de tratos, são importantes. Pois o espaço necessário é diferente de um bovino de 360 para 500 kg de peso vivo (12@ para 17@) de um bovino de 300 kg para 600 kg (10@ para 22@).
LIMPEZA
A partir da premissa de que o animal necessita beber e comer para desempenhar ganho, e que para tal, necessita ter acesso (espaçamento), como fica a questão limpeza e manutenção de bebedouro e cocho?
Ponto tão importante, quanto os descritos acima, uma vez que se o animal não consegue ou tem dificuldade em acessar, ou encontra água suja e alimento fermentado no cocho, é claro que seu desempenho será penalizado. Já que a ingestão de água, exigência diária, está diretamente relacionada com a capacidade de ingestão de alimento, dieta formulada e fornecida. Afinal não se come uma boa farofa sem um bom copo de água do lado.
PROTEÇÃO
Condições climáticas e intempéries como: vento forte, temporal, seca, calor tórrido, geada, etc, são também fatores estressantes a qualquer organismo vivo, a exemplo o, bovino, que, na pastagem, por vezes encontra abrigo. Já no confinamento, na maioria dos casos, fica exposto.
Ao oferecer uma proteção seja natural ou artificial (sombrite), aos animais confinados, tem-se o beneficio do bem-estar animal e muitos trabalhos, demonstram o resultado positivo no desempenho do ganho de peso.
Afinal o desconforto gera estresse e, consequente, gasto de energia desnecessário e impacto do desempenho. Acredite, até mesmo os bovinos da raça Nelore, mais adaptados aos trópicos, podem se beneficiar do abrigo na sombra.
Vale ressaltar, acesso à sombra, seja ela natural ou artificial, é imporante. O que não vale é instalação e sombra mal dimensionada. A atenção especial deve ser dada, ao correto dimensionamento, caso venha a investir em abrigo ou sombreamento, permitindo o deslocamento da sombra ao longo do dia e acessível a todos do lote sem competição.
A aspersão pode ser utilizada como estratégia adicional para promover conforto térmico dos animais confinados e reduzir a presença de poeira. Novamente com a atenção para o dimensionamento do reservatório de água, limpeza para evitar o entupimento dos bicos, posicionamento dentro das baias, bem como os horários estratégicos do dia e o tempo de funcionamento, do contrário, seria um investimento sem retorno para o desempenho produtivo.
É fato que, ao se tratar de desempenho em confinamento, deve-se considerar a genética dos animais, a nutrição, dieta, protocolo sanitário e claro, o bem-estar animal. Afinal, o animal é a parte essencial do sistema, e por vezes, não tem suas necessidades básicas, física e comportamental, respeitadas.
E isso não é tudo! A capacitação e treinamento de todos os envolvidos é fundamental. Para que estejam aptos a observar e mensurar o grau de bem-estar animal, assim como promover correções para que o objetivo de aumento na produtividade seja alcançado.
Sabemos o quão desafiador é o ambiente de confinamento e as adversidades que encontramos. Por isso, a Real H – Nutrição e Saúde Animal disponibiliza produtos para uma Nutrição Funcional e Saúde, através da Homeopatia Populacional da Real H.
Linha Nutrição:
– Uremax (ureia protegida) – aditivo nutricional para compor suplementos proteicos e rações, a base de mix de amido extrusado, ureia pecuária e enxofre, para otimização dos microrganismos ruminais;
– H Corte (Núcleo Mineral) – especialmente formulado para engorda e terminação a pasto ou confinado, com ou sem inclusão de ureia pecuária, aditivo melhorador de desempenho ruminal (Monensina ou Virginiamicina) ou em associação destes;
– Engorda H (Concentrado Mineral Proteico) – com aditivos, vitaminas e palatabilizante. Produto farelado ou peletizado para uso com milho quebrado ou inteiro em semi-confinamento ou confinamento Dieta Grão Inteiro;
Linha Saúde:
– Convert H – medicamento homeopático, indicado para tratamento de animais irritadiços ou desequilibrados nutricionalmente, em condições estressantes, auxiliando no sistema imunológico e na conversão alimentar;
– Figotonus – auxiliar no tratamento e prevenção do mau funcionamento do fígado, insuficiência ou sobrecarga hepática, independente de sua origem e favorecendo o melhor metabolismo dos nutrientes e consequente desempenho animal;
– Convermax – indicado para prevenção de ruminites e abcessos hepáticos de ruminantes em fase de recria ou terminação acelerada ou dietas desafiadora de alta densidade energética;
– Sodo 100 – para a prevenção ou redução da sodomia – desvio de comportamento, em bovinos inteiros submetidos a manejo estressante ou intensificado como confinamento e pastejo rotacionado.
Aprenda mais sobre o confinamento:
Funções e benefícios do confinamento.
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